Santos e amados irmãos, GRAÇA, SAÚDE E PAZ,

A bem-aventurança da fé: o louvor dirigido por Isabel a Maria leva-nos a refletir, neste tempo de espera, sobre a nossa fé. A fé de Maria caracteriza-se como adesão à promessa de Deus. Maria tem plena certeza de que Deus quer e sabe ser fiel à palavra dada. O mistério de Deus está escondido naquela criança que, como todas as crianças, se forma no ventre materno. 

Ao acreditar, você começa a ver como Deus é fiel no cumprimento de sua promessa. Isto também é verdade para nós: se não acreditarmos, nunca experimentaremos como o dom de Deus, misteriosamente, pode ser formado em nós. A fé de Maria manifesta-se também no facto de ir visitar Isabel: uma viagem inspirada na urgência da sua prima que precisa de ajuda – como se costuma dizer e com razão – mas também uma viagem para ir contemplar o que Deus está a fazer aos outros. 

A nossa fé também tem muito a aprender com esta atitude, pois devemos procurar perceber o que Deus faz na história dos outros. Maria e Isabel têm isto em comum, que hoje podemos aproveitar: sabem dialogar sobre o que Deus faz nelas. Nenhum deles fala de si, mas do outro, ou do que Deus fez, até ao culminar do Magnificat. 

A fé de Maria exorta-nos a inserir-nos no clima típico dos “pobres do Senhor”, isto é, de pessoas humildes e simples que confiam em Deus e sabem reconhecer a sua obra. Somos, portanto, convidados a viver numa atitude geral de disponibilidade ao desígnio de Deus que nos convida a voltar às palavras do Salmo (39,8) que o autor da Carta aos Hebreus põe na boca de Cristo: “Aqui estou para fazer a tua vontade” (Hb 10, 7).