Irmãos caríssimos,
SANTA PÁSCOA!

A nós — sempre inquietos e inseguros, mesmo quando levantamos a voz para nos afirmar — Jesus nos dá hoje a sua paz, diferente daquela que o mundo dá, talvez diferente daquela que desejamos. Certamente, mais preciosa para o tempo e a eternidade. Assim o na Última Ceia ele entregou seu coração e todos os tesouros que ele continha aos seus discípulos, assim ele faz conosco hoje, oferecendo-nos a chave para sua paz e nos dando um vislumbre de seu resultado. A chave para a paz é o amor, a adesão concreta à Sua Palavra, que faz de nós uma morada para Deus. E o resultado é, a partir de agora, alegria. Programa simples e difícil! Contudo, está ao nosso alcance, porque Ele nos deu o Espírito Santo, memória viva de Jesus, lâmpada para os passos do nosso caminho e força na labuta do compromisso cristão. 

Se abrirmos a Porta do coração à paz do Senhor, na maioria das vezes há, a princípio, uma comoção em nosso mundo interior: pensamos que os outros não nos incomodariam ou aborreceriam mais; pensávamos que o Espírito nos havia acalmado completamente; e ainda assim… Sua paz é um dinamismo de amor, não uma quietude estática: se Lhe abrirmos a Porta do coração, todos os nossos irmãos e irmãs poderão entrar, com todas as suas questões urgentes. Pensávamos que pelo menos nos sentiríamos ricos por dentro para doar, mas ainda assim somos tão pobres. É então que o “Pai dos pobres”, o Espírito Santo, se torna Paráclito em nós e nos ensina, antes de tudo, a ouvir os outros sem preconceitos e sem presunções (porque somos pobres); para recordar a Palavra de Jesus, que se torna em< nós luz que indica aos nossos irmãos o caminho da paz. Isto é um pouco como o que aconteceu há dois mil anos no Concílio de Jerusalém… É um trabalho contínuo, porque a paz de Jesus, oferecida ao coração de cada discípulo, deve se espalhar pelo mundo: de fato, uma meta de alegria e de glória celeste, que é um dom de Deus, está destinada a ele. Mas nos foi dada a tarefa de prepará-lo a partir de agora.