Irmãos caríssimos,
SANTA PÁSCOA!

Os verbos da Festa da Ascensão têm todos, implícita ou explicitamente, o significado de elevação e, portanto, nos convidam a olhar para cima, a elevar nossos corações, a dirigir nossos olhos para o céu, a transferir nossos corações para o lugar onde Cristo está à direita do Pai. Assim, a solenidade da Ascensão nos revela a nossa pertença, já agora, a Jerusalém celeste, à nossa morada no céu, “não ainda” com o corpo, mas “já” com o espírito e o coração.

Quando Cristo ascendeu ao céu, levou consigo o troféu de sua vitória sobre a morte: sua humanidade glorificada, a natureza que Ele compartilha conosco, com seus irmãos e irmãs de carne e osso. Ele nos fez prisioneiros, diz Paulo. Como ele fez isso? Ele tomou nosso coração prisioneiro ao vincular nosso desejo, nosso amor, a Ele; De fato, o coração é encontrado onde o objeto que ele ama é encontrado. “Se me amásseis”, afirma Jesus incessantemente, “vos alegraríeis porque subo para o Pai”. Na medida em que nos humilharmos e morrermos com Ele, ascenderemos com Ele ao Pai, seremos libertos da escravidão e nos tornaremos homens cada vez mais livres.

Esperar pelo Cristo glorioso pode ser difícil se considerarmos apenas os acontecimentos dolorosos da vida humana, da história; Contudo, é necessário cultivar, como fizeram as primeiras gerações cristãs, o sentido de iminência. Nossos olhos devem saber olhar o céu sem se afastar da terra; além disso, reunindo os irmãos de suas dispersões, para fazer também com que seu olhar se volte para as alturas.

Nossa maneira de trabalhar e atuar também deve nos permitir descansar com Cristo no céu. Nosso modo de viver, de sofrer, de morrer, deve mostrar claramente que o mistério da redenção está se cumprindo verdadeiramente em nossa existência.